Um crime brutal e planejado com frieza foi esclarecido pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), no Rio de Janeiro, revelando uma história de manipulação, obsessão e feminicídio.
Daniele Sanches, de 36 anos, foi assassinada em março deste ano pelo ex-companheiro Ronald Mendes, de 32, em Santa Veridiana, sub-bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste da capital.
A investigação revelou que o autor, movido por ciúmes doentios e desejo por um adolescente que namorava a filha da vítima, arquitetou a morte de Daniele após o fim conturbado do relacionamento entre eles.
O casal iniciou a relação em 2019 e teve um filho, hoje com dois anos. Com o tempo, surgiram episódios de violência doméstica, conflitos frequentes e relatos de maus-tratos contra os filhos de Daniele.
Ronald, segundo a polícia, era manipulador e mantinha paralelamente outros envolvimentos, inclusive com o adolescente que conheceu durante o carnaval e que passou a frequentar a casa da família.
Quando Daniele decidiu se afastar e ameaçou entrar na Justiça pela guarda do filho, Ronald viu sua autoridade ameaçada e decidiu matá-la. Para executar o crime, ele marcou um encontro em uma área de mata e levou vinho e salgadinhos.
Após manter relações com a vítima, a algemou e tentou degolá-la com uma faca cega. Sem conseguir, desferiu vários golpes com a mesma arma e depois pediu a ajuda do adolescente e de outro rapaz para comprar gasolina, com o objetivo de incendiar o corpo.
Ronald retornou ao local diversas vezes para tentar eliminar os restos mortais. Ao mesmo tempo, fingia que Daniele estava viva, enviando mensagens aos familiares com o celular da vítima.
No entanto, o comportamento estranho levantou suspeitas, pois ela raramente escrevia mensagens e costumava se comunicar por áudio. Somente 40 dias depois, os parentes registraram o desaparecimento.
O desfecho veio quando o adolescente envolvido ficou com medo após ver registros do crime e procurou a mãe, relatando tudo. Ronald ainda tentou culpar o menor, mas acabou desmascarado. Preso, ele responderá por feminicídio.