“Em um instante, estávamos ansiosos pelo fim do plantão para enfim curtir o show que a Marília Mendonça ia fazer, e logo em seguida, estávamos nos encaminhando ao local da queda do avião para realizar a operação de resgate da mesma e dos que estavam com ela”, disse um bombeiro que participou da operação.
Esse é um trecho do depoimento do soldado Johnn Leno, um dos bombeiros que teve participação no resgate da aeronave que caiu e acabou ceifando a vida da cantora Marília Mendonça e também de quatro pessoas.
“Quando eu e minha esposa descobrimos que ela faria outro [show] aqui [em Caratinga], ficamos muito animados. Cheguei até a convidar um bombeiro amigo meu, que foi até o primeiro que entrou no avião, para ele e sua esposa irem conosco”, disse ele.
Como foram feitas diversas ligações, o 193 ficou sobrecarregado e então algumas ligações foram encaminhadas ao setor onde Johnn trabalha.
Ele atendeu a uma das muitas ligações que o quartel estava recebendo a qual uma pessoa passou informações do acidente.
De acordo com o bombeiro, uma mulher disse que um avião havia caído e que as vítimas pareciam estar bem.
Depois da ligação, ele disse que acreditava se tratar de uma ocorrência para realização de socorro das vítimas, e encaminha-las ao hospital.
O militar afirmou que no caminho, indo para o local da ocorrência, não tinha conhecimento de que se tratava de Marília Mendonça.
“ O outro bombeiro, entrou primeiro e começou a chamar por possíveis vítimas, aferiu pulsação, checou respiração, enfim, o procedimento padrão. Mas ninguém respondeu. Nós não podemos confirmar o óbito, e por isso, tivemos de esperar que o médico do Samu chegasse”, disse ele.
O militar que teve o primeiro contato disse que viu um corpo feminino e que parecia muito a Marília Mendonça, e Johnn ficou sem acreditar.
“Queria que não fosse, que talvez era uma pessoa parecida. Quando olhei o rosto e vi que era de fato ela, disse: ‘não tem mais de jeito de falar que não é’”, falou.
Ele finalizou contando que em todo o processo, o que mais o marcou foi o cheiro do perfume que Marília usava.
“Comentei com minha esposa que no momento que peguei ela em meus braços, senti um perfume muito bom que não sai da minha mente. Eu poderia ir a um show, tirar uma foto com ela e sentir a mesma coisa, mas ali, do jeito que foi, é algo que não vou esquecer”, finalizou.
Após os acontecimentos, Johnn publicou uma homenagem em conjunto do corpo de bombeiros de Caratinga MG.
Via: g1.globo.com