O desaparecimento de pessoas em regiões marcadas pela atuação de organizações criminosas continua a preocupar autoridades e comunidades inteiras, especialmente em áreas fronteiriças como o estado de Tamaulipas, no México.
A violência associada ao crime organizado não apenas ameaça a segurança pública, mas também atinge duramente a vida de trabalhadores comuns, como músicos que ganham a vida animando festas e eventos locais.
Na última quinta-feira, cinco integrantes da banda Grupo Fugitivo foram encontrados mortos na cidade de Reynosa, próximo à divisa com o estado americano do Texas. Eles estavam desaparecidos desde o dia 25 de maio, quando saíram para uma apresentação e nunca mais retornaram.
Os músicos, com idades entre 20 e 40 anos, haviam sido contratados para tocar em uma festa, mas ao chegarem ao local indicado, depararam-se com um terreno baldio, segundo relataram familiares.
Pouco tempo depois, parentes começaram a receber mensagens com pedidos de resgate, indicando que os artistas haviam sido sequestrados, o que aumentou ainda mais a tensão e do desespero dos familiares.
As investigações estão sendo conduzidas por promotores do estado de Tamaulipas, que apontam o envolvimento de membros do Cartel do Golfo, uma das organizações criminosas mais ativas na região, conhecida por práticas como tráfico de drogas, sequestros e extorsões.
Até o momento, nove suspeitos foram detidos, embora os motivos do crime ainda não tenham sido oficialmente divulgados pelas autoridades. O caso gerou ampla comoção em Reynosa e arredores.
Manifestantes chegaram a bloquear a ponte internacional que liga a cidade ao Texas como forma de protesto contra a violência e a inação do poder público. Em um gesto de solidariedade e esperança, muitos também se reuniram em uma catedral local para orações em memória dos músicos desaparecidos.
Essa tragédia evidencia o impacto devastador que o crime organizado pode ter sobre vidas inocentes e reforça a necessidade urgente de políticas públicas eficazes de segurança, especialmente em regiões vulneráveis onde o tráfico de influência e a impunidade ainda são recorrentes.
