Casos de mortes em operações policiais em áreas urbanas densamente povoadas continuam a despertar preocupações quanto à conduta das forças de segurança e ao uso desproporcional da força.
Em diversas regiões do país, relatos de ações sem confronto armado, mas com vítimas fatais, revelam falhas na execução de protocolos e reacendem debates sobre a responsabilização dos agentes públicos.
A ocorrência se deu na Zona Leste de Natal, a administradora Bárbara Kelly, de 34 anos, foi morta durante uma operação da Polícia Militar no início da noite do dia 12 de abril.
Novas imagens obtidas por uma emissora local revelaram o momento exato em que a mulher foi atingida por um disparo de fuzil enquanto estava sentada em frente à sua residência, ao lado de outras pessoas, em uma rua onde crianças brincavam.
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As gravações mostraram que, segundos antes do tiro, três homens correram pela rua fugindo da abordagem policial. Posteriormente, policiais prenderam um dos suspeitos, que usava tornozeleira eletrônica e estava em posse de drogas, mas sem armas.
Imediatamente após essa movimentação, Bárbara foi alvejada. O projétil perfurou seu braço, atingiu o pulmão e saiu pelas costas. A perícia confirmou que o disparo partiu de um dos fuzis dos agentes que atuavam na operação.
As investigações conduzidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa concluíram que não houve troca de tiros com criminosos e apontaram uso excessivo e injustificado da força por parte de um dos policiais.
O autor do disparo, pertencente ao 1º Batalhão da PM, foi preso temporariamente por decisão judicial e fazia parte do grupo de agentes afastados após o incidente.
No processo judicial, constam detalhes do inquérito, materiais apreendidos e depoimentos de testemunhas que reforçaram a ausência de confronto.
A morte de Bárbara Kelly reacende a necessidade urgente de revisão nos protocolos de atuação em áreas residenciais e exige o fortalecimento da supervisão sobre o uso de armamento letal em operações ostensivas.