A morte de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, segue envolta em mistério, enquanto a Polícia Civil de São Paulo avança na investigação em busca de respostas. A adolescente foi encontrada morta em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, no dia 5 de março, após uma semana desaparecida.
Desde então, a polícia tem trabalhado para esclarecer os detalhes do crime, enfrentando contradições nos depoimentos de testemunhas e suspeitos, além da dificuldade gerada pelo estado em que o corpo foi localizado.
As inconsistências nos relatos de pessoas próximas à vítima chamaram a atenção dos investigadores, que passaram a considerar diversas hipóteses. Um dos pontos que levantou suspeitas foi a coincidência de o crime ter ocorrido justamente no dia em que o carro do pai da jovem apresentou problemas mecânicos, impedindo-o de buscá-la no ponto de ônibus, como fazia regularmente.
Essa informação foi analisada em conjunto com outros elementos do caso, ampliando a necessidade de uma apuração minuciosa. Outro fator que reforça as dúvidas em torno do crime é o envolvimento do ex-namorado da vítima, Gustavo Vinicius.
Ele prestou depoimento e forneceu versões conflitantes sobre o empréstimo de um veículo a um amigo na noite do desaparecimento de Vitória. A polícia, no entanto, possui provas de que ele esteve próximo ao local onde o corpo foi encontrado.
Gustavo alegou que decidiu procurar a delegacia por receio de ser morto, já que outros suspeitos também estariam sendo investigados. A brutalidade do crime e o estado avançado de decomposição do corpo dificultam a determinação exata da causa da morte.
Segundo o delegado Fábio Lopes Cenachi, responsável pelo caso, a análise pericial será essencial para esclarecer os detalhes do ocorrido. As condições em que o corpo foi encontrado impossibilitam uma conclusão preliminar sobre os ferimentos e a dinâmica do crime, tornando indispensável a espera pelos laudos do Instituto Médico Legal (IML).
Desde o desaparecimento da jovem, ocorrido em 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho em um shopping local, diversas buscas foram realizadas na tentativa de encontrá-la. Testemunhas relataram ter visto Vitória sendo seguida por dois homens e, posteriormente, um carro com quatro ocupantes também teria passado a observá-la.
Durante o trajeto até sua casa, ela chegou a enviar mensagens para uma amiga, relatando o medo que sentia ao notar a presença suspeita de desconhecidos ao seu redor.
A mobilização para encontrar Vitória envolveu policiais, familiares e voluntários, que utilizaram cães farejadores e drones na tentativa de localizar pistas sobre seu paradeiro.
Infelizmente, uma semana depois, o corpo da adolescente foi descoberto em uma região de mata, apresentando sinais evidentes de violência. A vítima estava com a cabeça raspada e sem roupas, o que reforçou a hipótese de que sua morte poderia estar relacionada a uma execução motivada por vingança.
A investigação seguiu várias linhas de apuração, incluindo a possibilidade de envolvimento de uma facção criminosa, dada a brutalidade do crime. Mais de 11 testemunhas foram ouvidas, e dois veículos suspeitos foram apreendidos para perícia.
Apesar das suspeitas recaírem sobre Gustavo Vinicius, a Justiça negou o pedido de prisão temporária solicitado pela polícia, sob a justificativa de que os requisitos legais para a detenção não foram atendidos.
O ex-namorado da vítima alegou que procurou as autoridades por temer por sua vida, mencionando a possibilidade de retaliação por parte de outros suspeitos.
O caso segue sob investigação, e a polícia busca novas provas e depoimentos que possam esclarecer a motivação do crime e identificar todos os responsáveis.
Enquanto isso, a comunidade de Cajamar, abalada pela tragédia, aguarda respostas e justiça para Vitória. As investigações estão sob sigilo de Justiça para que as diligências não sejam prejudicadas.