No documento com depoimento prestado nesta terça-feira (12) pelo general reformado, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência, os investigadores obrigaram a constar a afirmativa onde o presidente Jair Bolsonaro disse a respeito de “proteger seus amigos e familiares, em determinado momento da reunião ministerial dia 22 de abril.
Este é o primeiro documento que registrou que o presidente teria posto em pauta o assunto no encontro com os ministros – pela a percepção das autoridades que juntos assistiram o vídeo e que presenciaram o depoimento do general Heleno.
O documento onde fora registrado o depoimento de Augusto Heleno foi escrito e assinado pelo ministro, delegados e procuradores da República.
O general foi “questionado quanto a uma fala de Bolsonaro no vídeo gravado durante a reunião no dia 22 de abril neste ano, exibido na presente data por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que, a compreensão da Procuradoria Geral da República (PGR) é referente ao superintendente da cidade do Rio de Janeiro, onde fica claro, registrado e dito pelo presidente quanto a defender amigos e familiares”.
“E, quando questionado quem são esses amigos e familiares, Heleno disse em reposta que seria necessário assistir a gravação para responder”.
O documento em si não deixa claro quanto a mencionar “superintente” do Rio é referente ao superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, mas a resposta logo vem à tona, após uma interrogação quanto “as indagações quanto ao trabalho em demais estados além do Rio de Janeiro” dando por referida em questão a Polícia Federal.
O depoimento faz parte de inquérito do Supremo Tribunal Federal onde investiga uma suposta tentativa do presidente intervir politicamente no trabalho da Polícia Federal, logo após ecoar as pesadas acusações do ex-ministro Sérgio Moro.
O vídeo foi exibido na última terça-feira (12) ao ex-juiz federal, procuradores da sede da Polícia Federal em Brasília e advogados.