O dólar opera em nesta segunda-feira (18), à espera do anúncio da proposta da reforma da Previdência pelo governo, e com investidores monitorando a crise política envolvendo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.
Às 11h12, a moeda norte-americana subia 0,71%, vendida a R$ 3,7280.
Na sexta-feira (15), o dólar fechou em queda de 1,02%, vendida a R$ 3,7027. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,80%. No ano, o recuo é de 4,43%.
Cena política
Com os mercados norte-americanos fechados pelo feriado do Dia do Presidente, a liquidez foi reduzida domesticamente, colaborando para certa volatilidade ao longo do pregão.
O mercado fiscaliza nesta segunda-feira desfecho para a crise política no governo, que tem ao centro Gustavo Bebianno, após denúncias de um projeto de candidaturas laranjas dentro do PSL.
Há preocupação de que a demora em solucionar a situação do ministro possa ter impacto negativo sobre a tramitação da reforma da Previdência, que deve ser enviada ao Congresso na quarta-feira.
“Existe uma preocupação justamente pelo governo estar enviando essa semana a Previdência, pode ser que alguns deputados queiram alguns esclarecimentos dependendo da declaração dele (Bebianno), pode ser que alguns fiquem com pé atrás com o governo”, afirmou à Reuters o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, acrescentando que há uma cautela no mercado mais ligada à velocidade de aprovação do que à aprovação propriamente.
Participantes do mercado acompanham também articulações do governo para formar uma base sólida que garanta aprovação da Previdência. No entanto, começa a surgir certa resistência entre parlamentares após o governo detalhar que submeterá ao Congresso um texto duro em termos fiscais.
“Não existirá ‘vida fácil’ para o governo, embora a propositura seja fundamental para o Brasil e meritória em seus propósitos, mas a sua autorização final é complicado pelo fato de ainda ser desconhecida, seguramente demandará muito mais tempo do que a urgência que o país exige declarou o diretor-executivo, Sidnei Nehme, em nota.
Cena externa
China e Estados Unidos possuirão mais uma rodada de negociações nesta semana, em Washington, e, após avanços e acordos na semana passada, há expectativa de que as duas maiores economias globais cheguem a um acordo que encerre a guerra comercial.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderá prorrogar o prazo de 1º de março para que os países selem acordo. Está previsto um crescimento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses se nenhum acordo tiver alcançado até a data.
Também está no radar do mercado a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira.
O Banco Central realiza nesta segunda-feira leilão de até 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de março, no total de US$ 9,811 bilhões.