O clima de violência que paira sobre alguns bairros da cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, ganhou contornos ainda mais dramáticos após o assassinato de duas irmãs influenciadoras digitais, na noite da última quinta-feira (1º).
Com milhões de visualizações nas redes sociais e mais de um milhão de seguidores, Bianca dos Santos, de 15 anos, e Maria Beatriz dos Santos, de 20, foram alvos de um ataque executado por criminosos que chegaram pelo mar utilizando uma moto aquática e um bote motorizado.
A tragédia, que vitimou também uma jovem gestante de dois meses, rapidamente mobilizou as autoridades e expôs a ligação entre o mundo digital e os conflitos violentos da periferia.
As jovens eram conhecidas por atuarem em mininovelas publicadas na plataforma Kwai, nas quais retratavam dramas vividos por moradores de comunidades.
O conteúdo produzido junto com Antônio Victor de Araújo, conhecido como “Moscow” e namorado de Bianca, acumulava milhões de visualizações. Além do conteúdo dramatizado, o trio promovia jogos online em suas redes.
A morte brutal das irmãs levantou suspeitas sobre possíveis motivações ligadas a disputas territoriais ou rivalidades pessoais, hipótese ainda em investigação pela Polícia Civil do Ceará.
Poucas horas após o duplo homicídio, um novo episódio de violência agravou a situação. Na madrugada de sexta-feira, cinco pessoas foram baleadas em um campo de futebol no mesmo bairro.
Três delas permanecem em estado grave. A polícia investiga se o atentado foi uma represália à execução das influenciadoras. Dois suspeitos foram presos, entre eles o próprio “Moscow”, namorado de Bianca, que havia feito postagens insinuando vingança logo após a morte da jovem.
O outro suspeito foi detido em um hospital, após dar entrada com ferimentos causados por arma de fogo. Ambos permanecem sob custódia. A Secretaria de Segurança Pública do Estado acompanha os casos por meio de duas delegacias distintas.
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Enquanto a Polícia Civil do Ceará investiga as mortes das irmãs, o 7º Distrito Policial conduz o inquérito sobre o atentado no campo. A violência que atingiu duas jovens conhecidas na internet reacende o debate sobre a exposição digital e suas possíveis consequências em territórios marcados por conflitos.