Envolver-se com organizações criminosas é como caminhar por um terreno instável, onde qualquer passo em falso pode custar a própria vida. A influência desses grupos em diversas regiões do Brasil transforma disputas internas em punições impiedosas.
Casos como o de Ana Luiza Lima Brito, de 22 anos, escancaram como a proximidade com esse universo pode ter desfechos dolorosos. Na última quarta, dia 25 de junho, o corpo da jovem foi localizado em uma estrada de terra no bairro Delta Park, na cidade de Eunápolis, no extremo sul da Bahia.
A forma como ela foi encontrada chocou até os moradores mais acostumados com a violência local: o corpo foi desmembrado, e algumas partes foram colocadas dentro de uma bolsa. Um bilhete foi deixado dentro da boca da vítima, reforçando a possibilidade de que o assassinato tenha sido uma mensagem do crime organizado.
Segundo informações apuradas pelas autoridades, Ana Luiza teria sido alvo do grupo conhecido como Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), supostamente por repassar informações à facção rival Bonde do Maluco (BDM).
Essa denúncia teria surgido após o assassinato de Matheus Rodrigues de Souza, de 24 anos, morto dois dias antes em um bar. A mãe da jovem, Liliane Lima, contou que Ana recebeu uma mensagem misteriosa para abrir uma casa onde Matheus supostamente escondia objetos.
Apesar dos alertas da família, ela foi até o local e desapareceu em seguida. Horas depois, a mãe começou a receber ligações suspeitas e, no dia seguinte, teve a confirmação de sua pior suspeita: o corpo encontrado era de sua filha.
A Polícia Civil segue investigando o caso como parte de uma disputa entre facções, embora os autores ainda não tenham sido identificados. O episódio reforça uma dura realidade: entrar, mesmo que indiretamente, em rotas controladas pelo crime pode colocar qualquer pessoa em risco extremo.