Relacionamentos e interações sociais podem rapidamente sair do controle quando combinados com ego ferido, intolerância e uma cultura de violência que insiste em perdurar. Uma conversa mal resolvida ou uma provocação desmedida se transformam, cada vez mais, em tragédias.
Foi exatamente o que aconteceu com Patrícia Ribeiro, uma promissora jogadora de futsal de apenas 21 anos, que perdeu a vida de ao tentar defender uma amiga de um suposto assédio.
Patrícia era atleta da Associação Concordiense de Futsal Feminino (ACOFF) e havia viajado de Concórdia até Chapecó para aproveitar uma confraternização com amigos. Durante a madrugada de sábado, dia 7 de junho, por volta das 5h, o grupo parou para comprar comida na Avenida Getúlio Vargas, uma das principais vias da cidade.
Foi nesse momento que outro carro se aproximou e, segundo a investigação, iniciou uma série de provocações e comentários ofensivos às mulheres. Segundo a Polícia Civil, Patrícia reagiu aos ataques verbais para proteger a amiga.
O confronto verbal rapidamente escalou. Um dos ocupantes do outro carro desceu armado e, em um ato covarde, disparou várias vezes contra a atleta, atingindo-a na região lombar, cervical e axilar.
Mesmo ferida, Patrícia tentou fugir pela avenida em busca de ajuda, mas caiu poucos metros depois. O Corpo de Bombeiros ainda tentou reanimá-la, sem sucesso. A polícia trata o caso como homicídio qualificado. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
A Delegacia de Homicídios segue investigando o crime, que chocou o meio esportivo e a comunidade catarinense. Nas redes sociais, a ACOFF prestou homenagens comoventes à ex-atleta, destacando sua trajetória vitoriosa no esporte e a alegria que levava aos campos e quadras. “Descanse em paz, Pati. Nossa multicampeã, que ganhou tudo no futsal e no futebol feminino.”
Patrícia Ribeiro morreu defendendo alguém que amava. Que sua coragem não seja esquecida e que sua morte, tão injusta, sirva como mais um alerta sobre a urgência de combater a cultura da violência e do desrespeito às mulheres.