O início da manhã desta última terça-feira (6), foi marcado por uma tragédia que abalou os usuários do transporte público na zona sul da capital paulista. Acidentes envolvendo sistemas ferroviários são raros, mas quando ocorrem, levantam questões importantes sobre segurança e prevenção.
O Brasil, apesar dos avanços em mobilidade urbana, ainda convive com desafios estruturais em seus modais de transporte, onde falhas técnicas e operacionais podem ter consequências fatais.
Esse cenário se tornou realidade na estação Campo Limpo, da Linha 5-Lilás do Metrô, operada pela ViaMobilidade. Foi nesse local que Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos, perdeu a vida ao ser prensado entre a porta do trem e a porta de segurança da plataforma.
O acidente aconteceu por volta das 6h da manhã, horário de pico para trabalhadores como ele, que estavam a caminho de mais um dia de expediente. Lourivaldo atuava como repositor em um supermercado e se preparava para concluir a graduação em Educação Física até o fim do ano.
Morador de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, ele tinha planos para celebrar seu aniversário de 36 anos no próximo domingo, em um churrasco familiar marcado para o dia 23.
O episódio trágico mobilizou a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), onde testemunhas e familiares prestaram depoimentos. A prima da vítima, Cecília Nepomuceno, estava na mesma estação no momento do acidente.
Ela relatou à polícia ter ouvido gritos e um forte barulho, sem saber inicialmente que o primo estava envolvido. Um amigo que a acompanhava também relatou cenas de desespero, com pessoas chorando e manchas de sangue visíveis no vidro da composição.
Lourivaldo deixa esposa e três filhos, incluindo duas crianças e uma adolescente de 17 anos. O caso levanta questionamentos sobre o funcionamento dos sensores de segurança da porta, cuja falha pode ter contribuído para o acidente.
A perícia buscará esclarecer o que de fato ocorreu, enquanto a concessionária responsável se manifestou lamentando o ocorrido.
Situações como essa reforçam a necessidade de constante revisão dos protocolos de segurança e manutenção em estações de grande circulação, especialmente em horários de maior movimento.
