Irmã de Rafael Miguel descreve o drama que está vivendo: ”A vontade é abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles”

Após perder os pais e o irmão, Camila Miguel relata o pesadelo que está vivendo nos últimos dias.

Camila Miguel, a irmã do ator Rafael Miguel que acabou sendo assassinato cruelmente junto com seus pais, deixou seus fãs surpreendidos no decorrer desta sexta-feira, (21), ao compartilhar em suas redes sociais um emocionante desabafo.

Depois de ter perdido o pai, a mãe e o irmão de uma única vez, a jovem está vivendo um grande pesadelo em sua vida, tendo que lidar com a dor da perda de seus familiares.

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“Não sei exatamente quantos dias fazem do pesadelo que estou vivendo”. Já se passaram uma semana do corrido, e ela relata que é como se o crime tivesse acontecido ontem. “As lembranças do maior trauma que vivenciei virou um borrão, daqueles que você lembra muito do que aconteceu, disse a jovem descrevendo toda sua dor, como um filme, com uma neblina passando em sua frente.

.A irmã do ator continuou seu desabafo contando o doloroso processo que está passando em sua vida. Quando vemos uma pessoa perder alguém ou um familiar a quem tanto ama, muitas vezes nos perguntamos, como que ela conseguem continuar vivendo em meio a tanta dor, e Camila está passando por este mesmo processo hoje.

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O luto é diferente para cada pessoa, ela disse que ainda consegue sorrir em algumas situações, no entanto, ao fazer isto, sente que não deve estar sorrindo ainda. Consegue ser firme em uma conversa, porém, não por muito tempo.No entanto, ela foi escolhida por Deus e precisa se manter forte, já que tem uma filha e uma irmã para cuidar. “É isso mesmo, eu escolhi continuar vivendo. Porque a vontade sinceramente é, de verdade, abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles”, desabafou.

 ”É não ficar pra lidar com esse sufoco de dor”. Em seu relato ela disse que já pensou em desistir, e até mesmo deixar a tristeza tomar conta de sua vida e nunca mais sorrir, não ser forte, e nunca mais se levantar.Porém, se ela fizesse isto não estaria vivendo, por mais que esteja hoje em um caminho doloroso, ela escolheu, dia após dias, horas após horas, continuar vivendo.

Ela declarou que está buscando se agarrar em tudo o que pode, pois está vivendo um momento de muita agonia. A morte dos pais e do irmão lhe trouxe marcas muito profundas na alma.

“Eu não sei quando minha chance vai acabar. Eu ainda não entendi tudo, declarou ela relatando que seu luto é diferente, que ele chegou a sua vida de uma maneira muito negativa, e que sua ficha até agora ainda não caiu.

A jovem disse que mesmo que seja difícil, ela sabe que deve continuar, que deve se curar, mesmo que saiba que nunca vai conseguir levar sua vida como antes.A moça contou que não sabe como vai conseguir olhar para alguém sem sentir inveja, quando estiver com seus pais. Se algum dia vai conseguir olhar para as pessoas sem imaginar “como queria que meu dia fosse só mais um comum assim”, finalizou ela, dizendo que escolheu o caminho mais doloroso e o mais difícil, que foi o de ficar vivendo.

Veja a publicação:

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não sei exatamente quantos dias fazem do pesadelo que estou vivendo. sei que posso contar mas não quero parar pra pensar. sei que já passou mais de uma semana, e sei também que essa semana pareceram horas. todo dia parecia que aconteceu ontem. as lembranças do maior trauma que vivenciei virou um borrão, daqueles que você lembra muito do que aconteceu, viu e sentiu, mas parece tudo um filme, com uma névoa na frente de tudo. me perguntei, sempre que via alguém perder alguém ou parte da família, como continuava a viver. como a pessoa estava falando, ou de pé, ou acordada, depois de dias de tudo isso. hoje sou eu essa pessoa. que dias depois teve que começar a lidar com burocracias de 3 pessoas que se foram e 1 que ficou. o luto é diferente, tem médios e baixos. consigo rir e sorrir, mas dói demais fazer isso e logo sinto que não quero estar sorrindo ainda. consigo ser firme na conversa, mas não por muito tempo. mas o fato é que eu escolhi ficar. é isso mesmo, eu escolhi continuar vivendo. porque a vontade sinceramente é, de verdade, abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles. é não ficar pra lidar com esse sufoco de dor. é desistir, deixar a tristeza tomar conta e não sorrir, não ser firme, não levantar. mas aí eu não estaria vivendo, e por mais que seja um caminho doloroso, eu escolhi e estou escolhendo dia após dia, hora após hora, viver. e existe uma certa agonia em viver logo, afinal o trauma também traz medo e não sei quando minha chance vai acabar. eu ainda não entendi tudo. eu nunca vou superar porque este luto é diferente e vem com muita repetição da negação e do cair da ficha. mas eu sinto desesperadamente uma vontade de continuar, de me curar. se um dia eu vou conseguir sair desse looping, não sei. se um dia vou conseguir olhar alguém com os pais e não sentir inveja, não sei. ou se um dia vou conseguir observar as pessoas sem pensar “como queria que meu dia fosse só mais um comum assim”, não sei. só sei que escolhi o caminho mais doloroso e difícil… o de ficar. .

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Escrito por Pedro Machado

Apaixonado por marketing digital, colunista em diversos sites e páginas do facebook. Trabalhando como redator autônomo há mais de 5 anos. Contato: [email protected]