Aos 22 anos, o soldado britânico Alex Smith fez uma grande revelação aos seus colegas de farda quando foi selecionado para participar de um espetáculo que conta a vida dos soldados no teatro. Smith praticava balé por anos quando entrou para o exército, mas não revelou seu segredo.
Agora, o jovem surpreende ao demonstrar seu imenso talento nos palcos. Alex é tem formação em balé, sapateado, jazz, dança moderna e contemporânea. Sua extensa formação aliada a sua experiência como soldado se torna a mistura perfeita para o espetáculo coreagrafado por Rosie Kay, chamado 5 Soldiers.
Alex faz dança desde os 6 anos de idade, quando decidiu acompanhar sua irmã.”Levava minha irmã toda semana para aulas de dança. Depois de um tempo sentado lá, você fica entediado e pensa em fazer alguma coisa. Assisti a uma das aulas e pensei: ‘Poderia fazer isso, parece tão fácil'”, contou.
Alex não teve uma experiência fácil, numa região onde poucos meninos faziam dança e o máximo de masculinidade era praticar rugby, esporte pelo qual o garoto não sentia atração. Ao contrário, ele encontrava motivação para treinar dança cada vez mais.
“Dançarinos do sexo masculino querem pular mais alto e girar mais rápido e ser melhor do que os outros no palco. Mas quase não havia meninos que quisessem dançar. Então, meu objetivo era ser mais flexível do que as meninas na aula”, revela.
O garoto decidiu entrar para o exército por medo da instabilidade financeira da vida de dançarino. Ele conta que no começo contou apenas para sua namorada, também dançarina, que não gostou muito da ideia.
Mas ele já estava decidido e resolveu esconder sua profissão dos colegas militares. Com o tempo, no entanto, ele percebeu que “ninguém dava a mínima para o que eu fazia no meu tempo livre”.
Alex também enxerga similaridades entre sua prática de dança e o exército. “Dançarinos são muito determinados, motivados, e querem ter uma performance perfeita no palco.
E soldados são dedicados, determinados a serem os melhores militares possíveis”, explica. Além disso, a dança o favorece com um condicionamento físico invejável, que ajudou a ser aprovado na carreira militar.
Alex conta que se surpreendeu com a reação dos colegas quando finalmente revelou sua profissão fora do exército. “Para ser honesto, nada realmente mudou, porque já tinha conquistado o respeito de todos, eu estava em forma e era bom soldado, mantinha minha cabeça abaixada e fazia o que tinha de fazer. Então, quando disse: ‘Ah, a propósito, vou dançar’, a maioria deles ficou com inveja”, conta.
Ao contrário das provocações que sofreu na escola, Alex conta que se sentiu apoiado pelos colegas soldados. “Acho que o Exército mudou. Ninguém vai pegar no seu pé, porque estão todos no mesmo barco e, obviamente, cada um tem teve suas próprias razões para se alistar. Alguns fazem isso para deixar sua vida passada para trás ou para se tornarem pessoas melhores, como foi o meu caso”, analisa.