A ingestão de bebida alcoólica adulterada tem se transformado em um imenso problema de saúde pública para autoridades indianas. Segundo a policia indiana, o número total, até o momento, de vítimas fatais já ultrapassa a marca de 150 pessoas.
São 156 mortos e pelo menos 200 pessoas seguem internadas em decorrência da ingestão de bebida alcoólica adulterada. A tragédia é a segunda em menos de duas semanas envolvendo envenenamento, antes 99 pessoas já haviam morrido.
Segundo as autoridades locais, são 85 mortos no distrito de Golaghat e outros 71 mortos no distrito de Jorhat, ambos no estado de Assam. Segundo o comandante da polícia, Mukesh Argawala, “dez pessoas foram detidas. Enviamos amostras do líquido a um laboratório e estamos esperando o relatório”.
Dentre as vítimas, muitos trabalhadores de plantações de chá da região, inclusive mulheres. Segundo médicos, os pacientes deram entrada no hospital com fortes dores no estômago, falta de ar, vômitos e dor no peito.
Uma investigação detalhada foi solicitada por Sarbananda Sonowal, governador do estado de Assam.
A polícia anunciou que prendeu um homem que vinha vendendo álcool adulterado na região, além de dois fiscais que vinham fazendo vista grossa sobre as práticas.
Os números assustam. Centenas de indianos pobres morrem todo ano vítimas do consumo de alcool adulterado, que geralmente é atrativo pelo preço baixo e acessível. A polícia age constantemente contra fábricas clandestinas de bebidas e comerciantes clandestinos.
Frequentemente, os contrabandistas adicionam metanol na mistura das bebidas (o líquido é altamente tóxico e geralmente utilizado em anticongelantes).
Ao todo, cerca de 5 bilhões de litros de bebidas alcoólicas são consumidas anualmente na Índia. Desse número, a International Spirits and Wine Association of India estima que pelo menos 40% seja fabricada de forma clandestina em locais impróprios e ilegais.
Para conter a crise, vários estados indianos anunciaram a proibição da venda de bebida alcoólica, enquanto outros estudam aplicar a lei. Para os críticos da medida, a proibição apenas fará aumentar o tráfico e contrabando, já que dessa forma desviará a parte dos consumidores que tem poder aquisitivo de comprar em locais legais para a compra e venda ilegal e clandestina.