O cenário político brasileiro volta a ser sacudido por novos desdobramentos envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, foi preso em Recife.
A prisão ocorreu por ordem da Polícia Federal, sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de facilitar a fuga de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, do território nacional.
A prisão foi confirmada por fontes ligadas à investigação e se insere em um contexto mais amplo de apurações sobre articulações que teriam como finalidade obstruir a Justiça.
De acordo com informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF), Gilson Machado teria buscado junto ao Consulado de Portugal, em Recife, a emissão de um passaporte português em nome de Mauro Cid, em maio deste ano.
As autoridades acreditam que esse movimento visava garantir a saída do militar do país, possivelmente como forma de escapar das investigações às quais ele responde.
A situação é ainda mais sensível pelo fato de Mauro Cid figurar entre os réus no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, ao lado de Bolsonaro e outros 29 acusados.
Na última terça-feira (10), PF e PGR solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura formal de inquérito contra o ex-ministro. A petição incluiu pedidos de busca e apreensão, além da quebra de sigilos telefônico e telemático de Gilson Machado, com dados referentes ao período de janeiro a início de junho deste ano.
A intenção das autoridades é aprofundar as apurações sobre possíveis conexões entre o ex-ministro e outras tentativas de obstrução da Justiça.
Apesar da notícia inicial de que Mauro Cid também teria sido preso, sua defesa negou a detenção, e o Supremo Tribunal Federal revogou qualquer pedido de prisão contra o militar.
A controvérsia em torno da situação dele aumenta a tensão em um processo já altamente politizado e de grande repercussão nacional.
Os eventos recentes evidenciam o foco contínuo das instituições em responsabilizar possíveis envolvidos em manobras que atentem contra o Estado democrático de direito.
A complexidade e o alcance das investigações prometem novas revelações e desdobramentos que podem impactar diretamente figuras centrais do cenário político contemporâneo.