Neste passado domingo(26), uma jovem de 22 anos morreu por coronavírus. Larissa Tarouco Mello, estava internada no Hospital Conceição de Porto Alegre. Família de Dom Pedrito, enfrenta a dor da perda da jovem.
“É uma dor enorme que jamais vai ter fim, pode até aliviar um pouco, mas isto não vai acabar.Com o tempo, a gente vai levando”, afirma o pai João Batista de 46 anos.
Larissa, se torna a primeira vítima mais jovem a morrer de Covid-19,no RS.
“É muito complicado. A gente agora aqui, está só nós, ai a gente vai dando uma olhada no guarda roupa dela, vai mexer no quarto. Tantas fotos dela de jogos de futebol”.
O pai da jovem, conta que ela em outubro, também foi diagnosticada com leucemia. A jovem precisou de ser internada, diversas para realizar as sessões de quimioterapia e todo o tratamento na luta contra a doença. Após terminar o tratamento, em fevereiro a jovem regressou novamente para Dom Pedrito, onde residia com a família.
“Ela disse”tô bem, pai”, estava muito bem disposta, contente e uma alegria no rosto caminhando. Ela era uma miúda forte. O processo de quimioterapia, já tinha acabado, apenas estava num período de revisão”, conta o pai.
No começo do mês de março,a jovem começou a ter sintomas de febre alta, depois de regressar de uma consulta em Porto Alegre.
“Ela foi no banheiro do hospital quando tinha se dirigido a uma consulta de rotina, e o pessoal pensou que ela tivesse contraído alguma bactéria. Quando ela regressou a casa, a febre foi para 39°c. De imediato a levamos para o hospital aqui onde moramos.
Logo a seguir, já começou a ter dor para urinar, e viram que ela tinha contraído uma bactéria. Precisou de ser levada de novo para o hospital de Porto Alegre”.
Ela precisou de fazer uma cirurgia contra a infeção, conta o pai.
“Os médicos falaram que ia ser uma cirurgia de risco. Mas a recuperação correu bem. Já tinha cicatrizado, quando ela deu inicio à falta de ar, e dor no peito”.
Então ela fez uma tomografia, no passado dia 18. E no exame, diagnosticaram que existia uma inflamação de volta da membrana que inclui o pulmão.
“Tiveram que realizar uma nova cirurgia, mas desta vez foi feita por vídeo. Viram que ela também tinha um coágulo no pulmão, que tiveram que retirar”, conta o pai.
Depois da cirurgia, a jovem teve que ser entubada e já só respirava com ajuda de respiradores. Uns dias depois, a equipa médica contou aos familiares que suspeitavam que ela estaria com o vírus, e os pais não poderão mais a visitar no hospital.
“No domingo, me telefonaram e eu me dirigi ao hospital e me falaram que ela não tinha resistido. Só dois dias depois, soubemos que ela tinha o coronavírus. O que mais me conforta no meio da dor, é que ela lutou, os médicos também disseram que ela foi uma guerreira”, conta o pai.
A família está em isolamento domiciliar, depois de ter contacto com a jovem. O pai agradece a todos o atendimento e carinho que tiveram por ela.
“Trataram-nos muito bem, os profissionais de saúde que estavam a cuidar dela como fossem família. Eu não sabia que quando vinha embora, eles tratavam dela, com muito carinho, e com amor. Irão ficar para sempre na nossa memória”.
“Além da dor, o que me conforta esse momento, é que ela sempre conseguiu lutar, e lutou. Tudo que ela passou, desde a leucemia, essas cirurgias que ela realizou. Ela era uma jovem muito amada, o pessoal da cidade, todos a conheciam, e tinham um carinho enorme”.
Via: g1.globo.com