Cynthia Senek impressionou os fãs de A Dona do Pedaço ao fazer papel da personagem Edilene, falecida ao realizar um aborto. A Jovem de 27 anos, que assim como participou do elenco de Malhação em 2015, foi muito elogiada pelo trabalho na novela e afirmou com a QUEM sobre o impacto da personagem.
“Todo o desenvolvimento de produção de personagem foi um período difícil para mim. Afinal de contas, eu jamais tinha passado por qualquer ligação com o aborto. Como mulher, magoou muito ter convivência com tantas mulheres e diferentes histórias doloridas e sofridas. Como artista, eu procurava entender o máximo de conhecimentos e me articular com aquelas dores.
E como ser humano eu buscava compreender e aceitar. Foi bom demais, porém importante para o meu estudo e conhecimento sobre o tema. Porém eu sou uma mulher que não julga mais as alternativas das outras. Aprendi a realizar a sonoridade e a afinidade também para questões tão delicadas quanto o aborto”, diz Cynthia.
A atriz garante que apresentar esse tipo de conteúdo para a trama, em um horário nobre, causa ainda mais transparência e ajuda a informar o público. “O aborto está presente na vida de 500 mil mulheres que abortam todos os anos no Brasil.E por este assunto, não podemos ocultar e dizer que nunca acontece. A Edilene chegou para trazer essa questão à tona e eu sou inteiramente grata por ter sido a atriz em contar essa história.”
Cynthia estudou muito sobre aborto e se deparou com caso que apontam o abandono público com as mulheres. “São 1.369 mulheres que abortam todos os dias no Brasil. Cerca de 50% dessas mulheres precisam de serviço médico após o aborto. E isso existe livremente de o aborto ser legalizado ou não.
A Edilene é uma protagonista da vida real. Ela apresenta aquilo que deve ser dito. Elas estão aí, falecendo todos os dias à medida que o aborto ainda é abordado como tabu na bancada nacional. Chegou o tempo de falarmos sobre isso.”
Questionada se se diz feminista, a atriz pressupõe que estamos vivendo um período feminino. “Nós mulheres estamos abrindo nossos olhos e mostrando que podemos ser quem escolhermos ser.
A sonoridade surge justamente quando consideramos a escolha de outra mulher, mesmo que essa não seja a nossa vez. Somos todas diferentes. Consideramos diferentes, mas o respeito e a compreensão precisam existir em qualquer momento. Estou vivendo isso. No meu dia a dia, nas minhas amizades e em todas as minhas relações.”