O piloto do balão que caiu em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, causando a morte de oito pessoas, quebrou o silêncio e afirmou ter feito tudo o que estava ao seu alcance para salvar os ocupantes.
Elves de Bem Crescêncio, incumbido pelo voo que levava 21 pessoas, declarou que agiu rapidamente ao perceber o início das chamas, mas que os recursos de segurança não funcionaram como esperado.
Segundo ele, o incêndio começou em um maçarico localizado na capa do tanque, no cesto. Diante da situação, lançou o equipamento para fora e tentou conter o fogo com o extintor disponível, sem sucesso.
“Me sinto responsável pelo meu pouso de emergência, onde consegui salvar 12 vidas. Acho que fiz tudo o que estava ao meu alcance para pousar o balão e mantê-lo no chão o máximo de tempo possível”, declarou em entrevista à TV Record, neste domingo.
Elves relatou que, após identificar o foco de incêndio, agiu com rapidez. Jogou o maçarico para fora, por estar fora de posição, e em seguida buscou o extintor. O equipamento, porém, falhou.
Com o fogo se alastrando e sem controle, ele pediu que os passageiros se abaixassem para minimizar o impacto da aproximação com o solo. Quando a aeronave chegou mais próxima da terra, orientou todos a saltarem. “Quando estava muito próximo do chão, eu disse ao pessoal: ‘Pula, pula. Sai do cesto, pula’”, contou o piloto.
Ele e outros 12 ocupantes conseguiram sair do balão antes que o equipamento voltasse a subir. Oito pessoas, no entanto, não conseguiram deixar o cesto e morreram.
Elves foi questionado sobre o fato de ter conseguido sair do balão antes das vítimas fatais. Em sua defesa, afirmou que não pulou por vontade própria, mas que foi ejetado do balão.