Presos aprendem crochê na cadeia e fazem peças para SPFW, Anitta e Pabllo Vittar

Estilista idealizador do projeto ‘Ponto Firme’ levou desfile de SPFW para a Penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos

O crochê é uma técnica que permite que o artesão desenvolva uma maior criatividade. Como por exemplo, ao fazer uma saia ela pode ser encurtada, uma camisa sem manga pode passar a ter mangas, ou pode até mesmo acabar sendo transformada em um vestido por exemplo. É uma técnica com muita versatilidade para criar e recriar peças. Por isso, ela pode até mesmo acabar servindo para humanizar e trazer uma pessoa de volta para uma vida mais digna.

Há mais ou manos quatro anos os presidiários que estão cumprindo pena na Penitenciária II “Desembargador Adriano Marrey” que fica em Guarulhos, na Grande São Paulo fazem parte do projeto “Ponto Firme”.

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Nesta última quarta-feira (22) ocorreu na unidade prisional o desfile das peças que foram feitas pelos detentos do local. Estas peças anteriormente que foram confeccionadas por eles, fizeram do São Paulo Fashion Week no mês de abril. Esta que é a maior semana da moda do Brasil.

O detento Lucas Francisco Ribeiro de 23 anos, que está perto de cumprir a sua pena, falou a respeito da sensação de assistir o desfile com peças que foram feitas por ele: “Hoje é um dia especial, sim.

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Tem um pedaço de mim ali”. Tudo que é produzido pelo rapaz no local, é entregue para sua esposa para que ela venda. Ele já consegue enxergar isso como sendo uma possível profissão para seguir ao sair do presídio.Desde que o projeto foi criado, esta foi a segunda vez que as peças feitas pelos presidiários foram exibidas durante o SPFW. A primeira vez que foram levadas para a semana de moda, as peças tinham como referência o cotidiano nos presídios. As peças faziam alusão a uniformes, e outros temas como mulheres, futebol, religiosidade e liberdade.

O fundador do SPFW comentou a respeito das peças, e disse que elas agregam a semana de moda mesmo que elas acabem tendo que competir com a atenção de outras várias marcas.

Ele comentou que as peças ainda trazem para a passarela algo a respeito de uma nova economia, a ‘economia afetiva’ que é algo que pode transformar a vida de um individuo, e que isso torna a moda algo mais humano.

Os artesãos que já cumpriram sua pena no local, ao saírem continuaram realizando a atividade. Eles acabaram colaborando com Gustavo Silvestre na produção de algumas peças para seus clientes como provadores feitos de crochê para a marca carioca Farm e também em figurinos feitos para Anitta e Pabllo Vittar.

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Escrito por Pedro Machado

Apaixonado por marketing digital, colunista em diversos sites e páginas do facebook. Trabalhando como redator autônomo há mais de 5 anos. Contato: [email protected]