A recente prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, gerou forte repercussão nos bastidores políticos de Brasília, especialmente entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A detenção de Collor, após sua condenação definitiva por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado à BR Distribuidora, levanta preocupações quanto à possível celeridade nas investigações e julgamentos que envolvem outras figuras políticas de peso, incluindo Bolsonaro.
De acordo com informações veiculadas pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, o entorno político do ex-presidente Bolsonaro teme que o mesmo rigor aplicado a Collor venha a ser estendido aos casos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal.
As investigações tratam da suposta articulação de uma tentativa de golpe e já avançam nas instâncias superiores do Judiciário. O receio é de que Moraes, relator dos inquéritos que investigam Bolsonaro, antecipe os desdobramentos e adote um ritmo acelerado para julgamento e possível condenação ainda em 2025.
Especula-se que a Primeira Turma do STF possa decidir até outubro, o que abriria espaço para a análise de embargos de declaração antes do recesso judiciário de dezembro.
Caso esses prazos se confirmem, uma eventual ordem de prisão poderia ser emitida de forma semelhante à que foi aplicada no caso de Collor, imediatamente após a decisão transitar em julgado.
A movimentação do STF é acompanhada com atenção por lideranças políticas e setores da sociedade civil, que veem no caso Collor um indicativo de que o Supremo está disposto a aplicar punições firmes a agentes públicos condenados, independentemente de seus cargos ou influência.
Ao mesmo tempo, a situação reacende o debate sobre a independência entre os poderes e a responsabilidade jurídica de ex-presidentes por atos cometidos durante e após o exercício do mandato.
Esse clima de tensão institucional pode ter implicações significativas para o cenário político nos próximos meses, marcando uma fase decisiva no enfrentamento à impunidade e na consolidação do papel do Judiciário como guardião da legalidade e da democracia.