Por décadas a comunidade LGBTQ+ tem lutado incansavelmente em busca de direitos ao redor do mundo. Cada grupo organizado, em seu próprio país, tem feito pressão sobre governos em busca de direitos. A luta, no entanto, é tão forte que grupos de países distintos cooperam entre si, demostrando apoio.
Atualmente, países desenvolvidos (como boa parte da Europa, Estados Unidos, Canadá e outros) já criaram leis para tornar mais igualitária a vida de pessoas homossexuais ou transexuais. Mas ainda há um longo caminho, embora muitos países tenham aderido a causa e descriminalizado as relações LGBT+.
É interessante notar que, embora todos caibam dentro do arco-íris, cada luta tem sua própria particularidade e enquanto alguns alcançam direitos, outros ainda correm para isso. Homossexuais (lésbicas e gays) tem tido mais aceitação do que pessoas transexuais, por exemplo; enquanto lésbicas ainda correm atrás de garantias sociais que homens gays já conquistaram.
Segundo o levantamento anual sobre homofobia de 2019, 70 países ainda criminalizam a comunidade LGBT de alguma forma. O levantamento foi produzido pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais,Transexuais e Intersexuais e conta com participação de contribuintes de diversos lugares do mundo.
Na África, 33 países ainda criminalizam LGBTQ+s, são eles: Argelia, Botswana, Burundi, Camarões, Chade, Comores, Eritreia, Suazilândia, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné, Quênia, Libéria, Líbia, Malauí, Mauritânia, Ilhas Maurício, Marrocos, Namíbia, Nigéria, Senegal, Serra Leão, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
Nas Ilhas Caribenhas, localizadas grande parte na América Central, são Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, São Cristovão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas. Esses 9 países ainda criminalizam, de alguma maneira, a relação entre pessoas do mesmo sexo ou a transexualidade/não-binarismo.
Na Ásia, o número sobe para 20, sendo eles: Afeganistâo, Bangladesh, Butão, Brunei, Irã, Kuwait, Líbano, Malásia, Maldivas, Myanmar, Omã, Paquistão, Quatar, Arábia Saudita, Singapura, Siri Lanka Síria, Turcomenistão, Emirados Árabes Unidos, Uzbesquitão e Iêmen.
Na Oceania, 7 países ainda não oferecem igualdade de diretos para pessoas LGBTQ+, sendo eles: Quiribati, Papua Nova Guiné, Samoa, Ilhas Cook, Ilhas Salomão, Tonga e Tuvalu. O levantamento ainda trás Egito e Iraque como dois países que, embora não possuem leis explícitas contra LGBTs, praticam punições rígidas contra pessoas “denunciadas” ou pegas em “flagrante”.
O levantamento, no entanto, também destaca alguns fatos positivos. Por exemplo, nos últimos 18 meses, Angola, Trindade e Tobago, Botswana e India aboliram leis que criminalizavam a homossexualidade. São passos muito lentos, mas que evidenciam progresso de alguma forma.
Na contramão do progresso, países como Irã, Arábia Saudita, Sudão, Iemen e alguns estados da Nigéria e Somalia ainda podem punir LGBTQ+s com a morte em caso de denuncia, flagrante ou condenação por práticas homossexuais. Os dados serviram de alerta para muitas organizações ao redor do mundo.