Uma trilha nas encostas do Monte Rinjani, em Lombok, na Indonésia, terminou de forma dramática para Juliana Marins, brasileira de 26 anos, que caiu de um penhasco próximo a um vulcão e aguarda resgate desde sexta-feira (20/6).
Juliana realizava um mochilão pela Ásia e participava de uma trilha ao lado de outros turistas, guiados por uma empresa local. Durante o percurso, em uma área conhecida pelos desafios geográficos e riscos naturais, ela acabou se afastando do grupo, tropeçou e caiu.
Informações iniciais indicavam que a jovem havia recebido atendimento, mas a família desmentiu. Segundo relatos nas redes sociais, o resgate está suspenso desde segunda-feira (23/6) por conta das más condições climáticas na região montanhosa.
A distância entre o ponto onde Juliana caiu e o restante do grupo era de aproximadamente 300 metros. Desde então, ela segue à espera de socorro em terreno acidentado, de difícil acesso.
O guia Ali Musthofa, que conduzia o grupo, deixou Juliana para trás quando ela parou para descansar. Para especialistas, esse foi um erro grave que pode ter contribuído diretamente para o acidente.
“Na real, nesse ponto aí o guia realmente cometeu um grande engano, uma grande falha”, avaliou Ion David, guia da Associação Veadeiros. Ele explica que o condutor jamais deve se afastar dos turistas em trilhas de risco.
“O guia nunca deve deixar ninguém para trás para descansar, ainda mais numa trilha que apresenta riscos, pois ele tem que estar sempre junto do visitante ou dos visitantes. Se, por acaso, tem um grupo e ficou um visitante para trás, a responsabilidade do guia é parar e aguardar para que todos os visitantes estejam juntos”, afirmou.
O guia brasileiro reforça que o profissional responsável pela condução deve ter domínio total da área e garantir a segurança de todos. Segundo ele, manter contato visual com os turistas é uma das regras básicas do trabalho.
Ion também destaca que cabe ao guia observar os sinais físicos e emocionais dos integrantes da trilha. Ele ainda ressalta que esse tipo de atividade exige preparo dos participantes e que existem protocolos estabelecidos para trilhas e passeios de aventura.
“O guia tinha essa responsabilidade de checar se a pessoa que ele está guiando está atrás dele ou se está sendo acompanhada. O guia tem a responsabilidade de fazer uma leitura corporal do pessoal. Se ele está percebendo que tem alguém cansado, ou não se sentindo bem, ele deve parar para ajudar essa pessoa, e nunca deixar o grupo se dividir”.