Um vídeo gravado no último dia 6 de fevereiro, que apenas veio à tona agora, mostra o momento em que um homem é detido dentro da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) depois de ejacular em uma jovem de 22 anos. As imagens foram gravadas por uma passageira na estação Hebraica-Rebouças, da Linha 9-Esmeralda, em São Paulo.
A mulher conta que notou uma movimentação estranha atrás dela, mas que não podia fazer nada. Quando percebeu o que estava acontecendo começou a gritar e pedir socorro, mas segundo relato ninguém fez nada.
“Eu percebi que tinha alguém atrás de mim, mas não tinha o que fazer, porque o trem estava muito lotado. Eu fiquei incomodada com a movimentação, mas eu não entendi o que estava acontecendo”, conta.
A jovem, que é estudante de direito, conta o momento em que se deu conta do que estava acontecendo e que empurrou o homem.
“De repente, eu senti um líquido quente invadindo a minha calça e quando eu senti, eu entendi o que estava acontecendo. Virei, empurrei ele e ele estava com o membro para fora da calça. Estava todo sujo e tentou cobrir com a camiseta”, relata.
“Eu comecei a gritar, pedir ajuda e todos do vagão ficaram imóveis, sem fazer nada. Quando eu olhei pro lado, tinha uma menina chorando muito e só ai eu entendi que ele tinha sujado ela também. As mãos dela estavam sujas de esperma”, escreveu.
Segundo a jovem, ao perceber que ninguém faria nada ela segurou o homem pelo braço para impedir que ele fugisse, nesse momento outras mulheres apertaram o botão de pânico do vagão e funcionários apareceram.
Apesar da resposta relativamente rápida dos funcionários, outros problemas surgiram com o primeiro atendimento, a jovem conta que ficou sendo questionada e seu depoimento foi colocado em questão.
“Eles ficaram me perguntando se eu tinha certeza, se eu vi, se [a mancha da ejaculação] não era da chuva.
E, ao mesmo tempo, ele ficava gritando que era cidadão de bem e me chamava de louca. As pessoas me olhavam como se eu fosse escandalosa. Ninguém viu gravidade no que estava acontecendo”, denuncia.
Ainda sobre a atuação dos funcionários da CPTM, a jovem conta que ao insistir em ir para delegacia, os funcionários da empresa tentaram desanima-la dizendo que “demoraria muito” e que ela “passaria o dia todo na delegacia”.
Depois de insistir, levou quase 3 horas para que a CPTM disponibilizasse um carro para leva-la até a delegacia.Segundo registros, a CPTM registrou o caso como “tentativa de assédio sexual”, mas na delegacia o crime foi corretamente registrado como importunação sexual.
Na delegacia, a jovem conta que o atendimento na delegacia foi terrível e, depois de esperar mais de 1 hora para ser atendida, ao receber uma guia para realizar o exame de corpo de delito, ela descobriu que o homem já tinha passagem por roubo, tráfico de drogas e homicídio.