Não é nenhum absurdo afirmar que você, leitor, já navegou pelo youtube. Não é verdade? Quando você assiste um víde, o site te sugere outros semelhantes na coluna direita. Esse sistema depende do funcionamento de algorítimos, que analisam seu histórico de acessos no site e seleciona aqueles que se aproximam em questão de assunto.
É simples de exemplificar. Já percebeu que ao assistir um vídeoclipe, outros vídeos de música aparecem nos sugeridos? Ou, se você acompanha um youtuber, rapidamente outros canais de influenciadores são sugeridos?
O problema é que isso também funciona para pessoas mal-intencionadas. Pedófilos tem usado o sistema de algorítimos para chegar até vídeos em que menores de idade aparecem.
A polêmica tem tomado cada vez mais proporção depois que o youtuber Matt Watson usou seu canal para fazer um vídeo-denúncia. Na denuncia, ele mostra o que chama de “buraco de minhoca” o que, na sua opinião, permite que pedófilos encontrem vídeos em que menores de idade, meninos e meninas, aparecem.
Os vídeos em questão não são de conteúdo sexual explícito, mas isso não impede que estejam repletos de comentários absurdos.
Abusadores usam a sessão de comentários para marcar momentos do vídeo que podem ser sexualizados (cenas completamente inocentes) e disponibilizam links para que outros abusadores entrem para grupos de conversa. Os comentários denunciados são em inglês, mas levanta o sinal vermelho para que outros casos surjam.
Depois que o caso veio à tona, o youtube se pronunciou a respeito da denúncia e declarou que a plataforma proíbe que menores de 13 anos criem e administrem canais.
A empresa também afirma que “desativou comentários sobre dezenas de milhões de vídeos que incluem menores” e “revisou e excluiu milhares de comentários inapropriados”, além de declarar que denunciou os perfis as autoridades responsáveis.
Empresas como Bloomberg, a Doctor Oetker, Nestlé e a criadora de Fortnite, Epic Games, Purina e Canada Goose anunciaram que vão remover publicidade da plataforma até que a situação seja resolvida.
Há meses, internautas usam a hashtag #YoutubeWakeUp para denunciar situações semelhantes e cobrar que a plataforma tome precauções adequadas. O Youtube e o Google afirmam trabalhar exaustivamente para garantir a segurança dos usuários.